segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Aos avessos

De repente, num bairro tranquilo, de vizinhança amiga, respeitadora, numa rua cheia de casas abre um bar-discoteca e o sussego vai embora. Das nove da manhã até alta madrugada, a música ecoa tão alto que ninguém mais ouve seus prórpios pensamentos.
 
No bar, sempre cheio, uma gente que distoa do lugar. Uma gente que encara os moradores, que grita as músicas, que bebe até cair. Consequetemente, uma gente que briga entre si, quebra tudo, vomita nas portas das casas que perturba a vida do lugar. Uma gente nem sempre maior de idade.
Parece simples resolver a situação.. Mas só parece.

A sociedade exige o bom comportamento, que se cumpra as regras da boa convivênvia e honestidade, mas não facilita a vida de quem assim o faz. "É mais fácil andar errado do que certo."

Primeiro os vizinhos ligam para polícia, pedindo para que intervenham, pois precisam de silêncio. Quando bem atendidos são de imediato alertados de que ainda que a polícia vá até o local, tudo voltará como antes assim que a viatura descer a rua... É necessário fazer um boletim de ocorrência. Daqueles que o nome do denunciante vai aparecer bem ao lado do seu endereço.
Com medo de retaliação, os vizinhos decidem tolerar a algazarra. Mas isso piora e muito a situação. Unidos, os vizinhos vão todos fazer o B.O. para minimizar possíveis retalições.

Na delegacia... a escrevente - uma mulher sádica, lerda e displicente - demora uma hora e quarenta e cinco minutos para atendê-los. E no alto de sua petulância, diz que é para eles falerem só o básico porque ela quer ir embora logo.

Claro que enquanto esperavam, os vizinhos ligaram no Conselho Tutelar, que prontamente foram até o local... e pelo silêncio que se seguiu, devem ter encontrado ali alguma irregularidade.

A história, claro, não acaba aqui. Outros episódios virão.
Mas com tudo fica a sensação de que o bom comportamento, cumprimento das leis dificilmente é recompensado. É mais fácil andar na contra-mão. 
Mas ao mesmo tempo, como disse uma amiga minha, mostra também que apesar disso, existem muito mais pessoas boas do que as de mao caráter.

E para quem anda dizendo "Para que o mal prevaleça, basta apenas que os bons não façam nada!" eu recomendo que comecem ajudando a tornar os trâmites para se fazer algo para o bem, bem mais fácil e justo do que é atualmente.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Google revela


Sempre curiosa sobre o comportamento humano, uma das coisas me diverte bastante é digitar na pesquisa do google início de frases e deixar que ele sugira a sequência com que as palavras e sentenças mais procuradas pelos seus usuários. É bem curioso.





quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mary e Max

Para quem ainda não assistiu a animação Mary e Max - Uma Amizade Diferente fica dica: Assista!

É uma história divertida e comovente, contada de forma simples sobre assustos complexos. Realizado com massinha de modelar, praticamente todo narrado, trata da amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle uma menina de oito anos, solitária, que vive nos subúrbios de Melbourne - Austrália, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso, que vive no caos de Nova York - EUA. Alcançando 20 anos e dois continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida. 
 
Apresenta temas como suicídio, desemprego e obesidade. Também explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a confiança, diferenças religiosas e muito mais. Não é indicado para crianças, obviamente. Mas os adultos que ainda guardam um pouco da infância em si, vão adorar.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Curso de Pais - Novas Turmas

Preste atenção na didática educativa desses pais, que aparecem no vídeo abaixo. Olha bem carinha da menina que fica por último, na cozinha.
Agora pense se você conhece pais assim. Indique para eles meu curso de orientação para pais e educadores: S.O.S. Mamãe e Papai. Começa na terça-feira, dia 9 de novembro. Garanto que coisas assim não acontecerão mais...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Se descobrir humano

Uma coisa que me aborrece profundamente é alguém dizer que psicoterapia é coisa pra gente fresca ou doida. Em geral, as pessoas que usam esse tipo de "argumento" são pessoas de um auto-conhecimento miserável, quase nulo.
São pessoas que que dizem " basta pensar na vida", mas quando indagadas sobre a própria vida não sabem como responder, ou respondem fantasias a seu respeito.

Porque você nunca cumpre o que promete? - "Mas eu cumpro, é que dessa vez..."
"Eu fiz tudo que podia?" - Falou com ela? "Não". - Escreveu? "Não". Procurou alguém pra ajudar? "Não".
"Ele me irrita tanto, não consigo me controlar."
Ó céus! Tão bom fazer psicoterapia.
Mas é preciso coragem mesmo. Dói muito se descobrir humano.

 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Carta aberta aos Cristãos Brasileiros

Queridos Cristãos Brasileiros

Nesse período de campanha política recebi muitos e-mails de pessoas engajadas em divulgar suas idéias e ideais políticos, pedindo votos para seus candidatos ou pedindo para não votar em determinados candidatos.(Eu mesma pedi para que meus amigos não votassem em deputados que haviam aprovado o Ato Médico.) O que me deixou muito feliz! Porque eu realmente fico feliz de ver as pessoas se preocuparem com o futuro de seu país, de exercerem sua cidadania e mais ainda, de pensarem a respeito de política!
Mas não pude deixar de notar que muitos ainda não entederam que é preciso se aprofundar nos argumentos para que não se tornem propagadores de mentiras, favorecendo uma política terrorista e preconceituosa. Explico: 

Terrorista porque usamos o medo dos eleitores para pedir voto. Medo de terem sua dignidade e integralidade dilacerada por um Estado tirânico e desumano. Medo de terem que dividir suas casas com desconhecidos moradores de ruas, de terem suas crianças deficientes cozinhando em algum caldeirão, de terem suas igrejas fechadas, de serem obrigadas a abortar seus filhos não planejados...

Preconceituosa porque julgamos pessoas e partidos sem conhecer, sem saber suas diretrizes. Porque a palavra guerrilheira assusta tanto que nem se vai pesqusiar antes para saber o que exatamente isso quer dizer. Porque condenamos a guerrilheira à bandida desumana sem entender que ela tentava (e conseguiu) ser parte dos heróis que lutavam por um país livre. Porque acreditamos (sem questionar) que  a  legalização do casamento gay  implica que teremos que ir à nossa igreja carregar o véu de um homem. Porque quando se fala aborto, fecha-se os ouvidos para não saber a diferença entre discriminalização, proibição e ser a favor.
Aliás, "por descriminalização, entenda-se: fazer o aborto deixar de ser assunto de polícia (resultado: prisão) para ser, simplesmente, assunto de saúde pública, envolvendo apoio psicológico, informação adequada sobre contracepção, direito de optar pelo aborto ou pelo prosseguimento da gravidez, direito de fazer um aborto ou parto com toda a segurança e higiene que a medicina pode oferecer. Essa deve ser uma escolha de cada mulher, e não uma imposição estatal, religiosa ou social. Deixemos que a consciência ou a religião de cada gestante diga o que devem fazer. E respeitemos a vontade de cada mulher." (CYNTHIA SEMÍRAMIS)

Não podemos, amigos Cristãos, fazer com que o Estado volte a caçar bruxas. A História já nos mostrou o que acontece quando deixamos que nossas crenças tomem o lugar da razão e  da democracia. Lembram de como os cristãos eram perseguidos (e mortos) quando não se podia acreditar na palavra de Jesus? Lembram quantas vidas os cristãos sacrificaram porque ousaram descordar da bíblia? Será que queremos pro Brasil um modelo de Irã, Paquistão? Pensem um pouco...
"Quem ambiciona impor sua moral privada como legislação pública deveria sempre pensar seriamente na hipótese de a legislação pública ser moldada por uma outra moral privada, diferente da dele." (Folha de SP)

É bom saber que temos muitas pessoas vigiando a democracia no Brasil. É bom saber que estamos todos empenhados em não deixarmos mais que nos imponham coisas que não concordamos. Mas é necessário e muito importante ter cuidado para não cometer o mesmo absurdo com os outros. Podemos fazer campanhas e projetos que protejam nossos valores, mas nunca impor os mesmo aos outros. Pode-se dar alternativas à uma mulher desesperada que queira interromper a gestação, mas não é justo mandá-la à cadeia porque fez isso. Pode-se concordar com o Papa de que o homossexualismo é pecado, mas não é direito negar uma vida justa e feliz aos homossexuais.

Estamos agora, no 2º turno das Eleições Presidenciais 2010. Temos Dilma do PT e Serra do PSDB concorrendo ao cargo de Presidente do Brasil. E eu gostaria muito de pedir a vocês, Cristãos Brasileiros, que decidam seu voto pelo argumento certo, não por mentiras. Não deixam que usem vocês como ferramenta do terror na política brasileira.  Votem na Dilma, votem no Serra, votem em branco. Mas estudem os argumentos. Não dissiminem e-mails dizendo que a Dilma vai obrigar às igrejas a realizarem casamento gay, ou que o aborto vai se tornar uma coisa corriqueira na sociedade, porque isso não é verdade. E eu duvido, que o Serra, se eleito se oponha e discriminalização do aborto ou derrube a PLC 122 -  que trata da criminalização à homofobia. DUVIDO.

Eu, no primeiro turno, votei na Marina, mesmo sabendo que ela , pessoalmente, é contra pesquisas com célula-tronco, porque sei que ela tem um plano de governo democrático e defende o Estado Laico. Ou seja, entre outras coisas, as pesquisas com célula tronco estariam salvas.

Façam campanha! Mas façam de modo inteligente, esclarecedor. Aprofundem-se nos temas, nas propostas de governo. Isso deixa o país melhor, mais conhecedor dos seus direitos e deveres, deixa a campanha mais bonita e deixa o governo com a cara do Brasil!

Vamos às urnas e que vença o Brasil!


Visitem os links da matérias para entenderem casa tópico.
Vistem os links dos candidatos e vejam seus planos de governo:  Dilma 13  e Serra 45.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Para que lado essa bailarina está girando?


Ela gira no sentido horário? Anti-horário? Essa bailarina gira para ambos os sentidos, acompanhando seus pensamentos. Faça o teste.

Pense em algo de muita emoção, cante uma música, lembre de alguém especial. Para que lado ela gira? Agora pense em algo puramente técnico, lógico, racional. Lembre da tabuada do 3. 3x1=3, 3x2= ... Pense nas contas no final do mês. Para que lado essa bailarina está girando agora? Anti-horário?

O segredo da Bailarina não é mágica, é uma ilusão de ótica. O sentido que ela gira revela o lado do cérebro que você está usando. Assim sua predominância por algum sentido revela se você é uma pessoa mais racional ou emocional.

Então se você vê, por mais tempo, a bailarina girar em sentido horário significa que você trabalha mais o lado direito do cérebro. Este hemisfério é responsável pela emoção e criatividade.
Se acontece o contrário, ela gira mais no sentido anti-horário, é o hemisfério esquerdo  que predomina. E este guarda a nossa parte racional.
Se você não conseguiu, não fique triste. É só se concentrar e insistir um pouco.
Auto-controle nos dá mesmo poderes. Hehehe

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sobre a sinceridade consigo mesmo


É tão dificil admitir certas coisas sobre nós mesmos, não é? Este post eu dedico ao autor do texto belíssimo abaixo, que tem coragem de buscar suas verdades ainda que suas feridas fiquem expostas ao tempo. Já aprendeu que o que arde, cura. Hehehe. Pessoa que eu respeito e admiro muito.

Lixo (ou A vida do Guarda Napo)


  De novo emerge um estado de putrefação junto à sede de prazer que não teremos. A cama revirada, a vida revirada e a ânsia dividia entre a estupidez particular e o lixo da cozinha.
  Quisera por vezes ser menos podre, e até atingiu tal objetivo, mas sendo lixo era bem mais feliz. Não há quem não se ocupe do lixo. Não á quem não se ocupe do fétido odor que dele se desprende. Mesmo que não o aceitem ou lhe deem salvas de boas vindas, todos lhe dão imerecida atenção.
  Decidiram por ele que a reciclagem era mais que necessária. Que felicidade! todos lhe olhavam, cuidavam, lavavam, amassavam, secavam, rolavam, quaravam, lavavam de novo. Escorriam e se orgulhavam tanto do resultado que o deixavam mais uma vez sem atenção.
  BOSTA! Para o diabo com a reciclagem, não o processo, mas o resultado que lhe deixava mais uma vez sem a companhia sequer das traças, apreciadoras de tecidos e papéis ligeiramente mais novos.
  Era lixo, mas tinha seu "Que" de maníaco-depressivo, adorava voar lixeira afora quando uma brisa tocava-lhe o corpo ou rolar pelo escritório quando o mascote da família lhe tombava a residência. Seu prazer era estar no caminho de alguém. Ocupando, sujando, sujando-se... Até começar a feder e, novamente, ter atenção irrestrita... E vamos à grande metamorfose da reciclagem...
  Começou como um guardanapo, era um oficial muito respeitado o guarda Napo, vigilante sanitário eficiente, o responsável pela higiene de bocas, mãos, mesas e narizes de toda família (não que se orgulhasse muito desta última parte, mas era necessário). Considerava-se muito sedutor e, realmente, tocou muitas bocas em sua primeira jornada. mas a verdade é que sempre retornaria à sua condição de lixo.
Olavo Campos

Você pode conferir mais no Blog do Olavo

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Da confiança masculina

É uma história verídica, essa que vou contar. Mas para preservar as pessoas envolvidas, seus nomes foram mudados para nomes ficctícios e qualquer semelhança com a realidade será mera coincidência.

Estavam a caminho de Riberião Preto - SP, Juliana, dirigindo o carro, Leonardo, no banco do passageiro e Renata, no banco de trás. É importante salientar que a motorista não tirou sua CNH* agora, e embora não tenha anos de experiência em estrada, dirige muuuito bem.
Chegam então até uma rotatória. Carro parado, muito trânsito, não dava pra entrar na rotátoria. De repente o fluxo de carro parou, e nas 3 faixas de pista que compôe a rotatória, apenas na última tinha um único carro vindo. Juliana arrancou para a segunda faixa e foi então que Leonardo grudou na porta do carro, encolhido, começou a gritar feito louco "Juliana! Juuuu! O carro!" 
Juliana olhava, olhava e pensava: "Onde? Meu Deus!" E eis que o carro que vinha na última faixa passou pela janela seguindo seu caminho. Tudo normal. Leonardo então endireitou o corpo se arrumando no banco.
Juliana perguntou: "Era esse o carro?" E ele bem baixinho disse: "Achei que ele tava nessa faixa".
Aí Juliana olhou pelo retrovisor e viu Renata, sentada, grudada no banco de trás com cara de "morri", sem saber o que houve.
 

*CNH : Carteira Nacional de Habilitação

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deixo a vida me levar?

"Assim como um amor que não é lembrado nem comemorado acaa morrendo, uma vida sem momentos fortes se dilui, perde sua coesão. Quem não imprime uma orientação global à sua vida, apenas deixa-se viver" 
(Doc. Vem e Segue-me VI das Equipes de Nossa Senhora)

Ir na contra mão dos caminhos da vida não deixa ninguém feliz ou saudável muito tempo. Mas jogar tudo pro alto para que o vento carregue, também não produz um efeito duradouro de felicidade. 
Há algum tempo, a maioria das pessoas, vive num dilema cruel entre pagar as contas ou saborear a vida. Onde as poucas emoções que se vive vem dos programas de TV ou dos desastres da rua que se teima em parar para olhar.

Que momentos fortes tem tido a sua vida?
Quem tem proporcionado esses momentos?
De quem é o papel principal na sua história? Quem protagoniza a sua vida?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Escolares e seus celulares

Conheci o Professor José Aparecido, na Usp de Ribeirão e me apaixonei. Não tem como não se apaixonar. É um senhor culto, multitarefa,estudioso, simpático, etc... E lendo alguns de seus "trocentos" artigos escolhi esse para dividir com vocês.
 


Escolares e seus celulares 
 

A influência dos celulares no caminhar seguro de pedestres escolares tornou-se preocupante devido ao fato de tais aparelhos, antes apenas privilégio de alguns, ter se tornado um bem de consumo de fácil aquisição por aqueles, num ano em que, aproximadamente, 55% de jovens, entre oito e 12 anos, encontrarem-se vulneráveis a todos os “problemas” que eles causam, bem como, podem vir a causar.

A principal razão para se preocupar com o uso de celulares por escolares é a exposição a acidentes que eles, a estes, submetem, quando utilizados ao atravessar ruas, atividade cognitiva já altamente complexa, concorrendo com a atenção perceptual e motora do escolar, e dificultando-a. Estudiosos do assunto defendem a idéia de que estes escolares não têm ainda desenvolvidas as habilidades perceptuais e cognitivas necessárias para, simultaneamente, perceber e processar distância, velocidade e padrões de aceleração de, pelo menos, dois veículos, assim como, a largura de um lado ao outro da rua e a velocidade de que necessitariam para cobrir tal largura.

Partindo destas suposições, pesquisadores hipotetizaram que os pré-escolares comportar-se-iam de maneira mais arriscada quando cruzando ruas, envolvidos em conversação telefônica, do que quando atentivos, sem uso celular. Para investigar, experimentalmente, tal hipótese, quatro indicadores de cruzar uma rua em segurança foram analisados: (1º) tempo inicial do cruzar a largura da rua, (2º) tempo requerido para cruzar toda a largura da rua em total segurança, (3º) esbarramento e advertência sonora e (4°) atenção ao tráfego, com olhadelas à direita e à esquerda antes de cruzar a largura da rua.

Os resultados sugerem que celulares distraem escolares enquanto cruzando ruas, pois, em todos os quatro indicadores, estes tenderam se comportar de maneira mais arriscada enquanto falando ao telefone, do que quando não falando. Há, também, indicação de que escolares mais jovens tenham, de algum modo, taxas mais altas de distração do que as crianças mais velhas. Ademais, é importante reconhecer que o comportamento de um pedestre é multifacetado, ou seja, um caminhar seguro envolve um conjunto de tarefas motoras, perceptuais e cognitivas, as quais foram, substancialmente, alteradas pela distração provocada pelo celular, com a aprendizagem e experiência no uso do celular não diminuindo tais riscos. Tal padrão de resultados sugere que, assim como ocorre com os motoristas em geral, que devem limitar o uso do celular, enquanto dirigindo, os pedestres, especialmente os escolares, devem limitar o uso do telefone celular enquanto cruzando ruas.

Focalizando excessivamente adolescentes como potenciais consumidores de suas tecnologias, as companhias de marketing deveriam ser orientadas a incluir, em seus manuais, modos do “uso seguro” do celular. Eis um bom mote para a Transerp.

(José Aparecido da Silva é professor da USP-RP)

domingo, 8 de agosto de 2010

Orientação para Pais

É para a vida que se cria o filho. E sabemos que não existem receitas muito eficientes para o êxito de uma boa educação familiar.

A criança sofre influência direta das pessoas que a cercam. Essa influência acontece de forma natural, e, geralmente, inconsciente. Também sem perceber, muitos pais acabam excedendo nas permissões, na ausência, ou superproteção. Acabam autoritários ou muito rígidos, até mesmo negligentes. Nossa vida cotidiana, com a falta de tempo, as mudanças de valores, as novas tecnologias, a nova formação familiar, entre outros fatores, dificultam cada vez mais o relacionamento entre pais e filhos.

Por isso tudo, montei o curso SOS Mamãe e Papai - Orientação para pais sobre educação e filhos. Ele tem o objetivo ajudar os pais a refletirem, de forma tranqüila e bem humorada, sobre esses e outros assuntos e a esclarecerem suas dúvidas e angústias quanto à educação de seus filhos. O curso tem 10 horas de duração, divididas em 5 encontros - um por semana.

Se as relações familiares, entre pai e mãe, entre pais e filhos e entre irmãos forem adequadas, os filhos conseguirão adaptar-se mais facilmente à convivência social fora de casa.
 Interessou? Entre em contato.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fazer amigos

Venho percebendo que a solidão, mas do que um problema, vem se tornando uma escolha das pessoas. Parece-me que já não fazem questão das companhias, das visitas, dos bate-papos. As pessoas preferem ficar sozinhas. Dá menos trabalho. Incomoda menos.
Quantas vezes estamos todos juntos, cada um absorto consigo mesmo. Solidão em bando.
As pessoas reclamam de não terem amigos, mas talvez, a verdade seja que já não sabemos mais fazer amigos. Não sabemos ser amigos. 
Nossa solidão voluntária parece vir de um sentimento de que ninguém nos merece. Ninguém nos entende ou nos ama de verdade. Será verdade? Parece me que não estamos oferecendo os mesmo valores que cobramos. Estamos tão preocupados, todos em receber, que não tem ninguém se doando. E aí, vem a solidão.
Ter amigos dá trabalho. Ser amigo, é se doar. Não fazemos mais isso...
Será que daremos conta de viver uma vida sem amigos?
Como faremos?

domingo, 11 de julho de 2010

Olhos Azuis

Olhos Azuis é um filme que conta a história de uma mulher branca, Jane Elliott que resolveu lutar contra o racismo. Desenvolve uma metodologia fantástica para se discutir isso, para abrir nossos olhos. O filme é incrível! Talvez o melhor documentário que eu já tenha visto. Ajuda a ver que a gente se comporta com muita ingenuidade diante dos valores, da estrutura, dos pensamentos da sociedade.
Infelizmente, para passar aqui, não consegui um vídeo com legenda. Mas sei que é possível achar, pra ver em casa. Chama a família, os amigos para verem juntos e discutirem a respeito depois.
O mundo nunca mais será o mesmo diante dos seus olhos.

sábado, 26 de junho de 2010

Waka Waka

Queria tanto saber o significado desse Waka Waka que a Shakira tá cantando, e aí, finalmente no Diário da Copa apareceu uma luz. Mas como não basta traduzir as palavras simplesmente, dou o link da matéria...
Fiquei ainda mais fã da Shakira. Bixinho fuçado,  né?

O clipe da música original que foi inspiração:

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Filho é bom mas dura muito.

Estava organizando o material para o curso de orientação sobre educação e filhos que começaremos semana que vem, e me deparei com o texto do Mario Prata - Filho é bom mas dura muito - que eu adoro. Toda vez que leio, eu mando pruma dúzia de gente... Desta vez, resolvi postar aqui. Sei que vocês gostar também.


"Filho é Bom, Mas Dura Muito"


Mário Prata


"— Aproveita agora, porque, depois que o seu filho nascer você nunca mais vai ter sossego na vida. Você nunca mais vai dormir.

— Aproveita agora, que ele ainda não tem cólicas noturnas e ainda mama nas horas certas, porque depois a sua vida se transformará num verdadeiro inferno noturno.

— Aproveita agora, que os dentinhos dele não começaram a nascer e, quando isso acontecer não vai ter Nenedent que acalme nem ele nem você.

— Aproveita agora, enquanto ele não engatinha, porque, quando começar a arrasar a casa e a derrubar cadeiras e bibelôs e lustres e a comer jornal, só vai dar dor de cabeça.

— Aproveita agora, antes que ele comece a andar. Aí acaba o sossego. É o perigo de ele bater a cabeça nas quinas das mesas, cair e meter a boca no chão, puxar panela no fogão. É um transtorno, filho andando. Ele correndo pela casa e você atrás.

— Aproveita agora, enquanto ele ainda não está na fase do "Por quê?", porque depois você não vai conseguir ler nem jornal nem livro e nem ver televisão. E vai ter que explicar sempre o inexplicável.

— Aproveita agora, que ele ainda não sabe ler e pedir o que quiser no restaurante. A única vantagem é você não precisar ficar traduzindo os filmes para ele.

— Aproveita agora, enquanto você programa as férias dele e ele ainda não ouviu falar no Disneyworld, porque você vai ter que pegar filas de duas horas e enfrentar montanhas-russas no escuro.

— Aproveita agora, que ele ainda não é tarado por música, porque, quando ele resolver ouvir "música" na sua casa — com ou sem os amigos —, até os vizinhos mais simpáticos irão reclamar. E não pense que ele vai tocar aquelas músicas do seu tempo, não.

— Aproveita agora, que ele ainda não entrou na adolescência. Pois, quando entrar, você nunca mais vai ter sossego, nunca mais vai dormir Não se esqueça da íntima relação entre a palavra adolescência e adoecer. Não ele, mas, sim, você.

— Aproveita agora, que ele ainda não está nem fumando maconha e nem acabando com o seu uísque e aquela cervejinha que você tinha certeza que estava na geladeira te esperando do trabalho.

— Aproveita agora, que ele ainda não está andando em más companhias, porque você vai ter que aturar figuras saídas sabe-se lá de onde, com cabelos, brincos e tatuagens que você jamais poderia imaginar um dia conviver.

— Aproveita agora, que ele ainda não tomou nenhuma bomba e você ainda acha que ele é tudo que você sonhou, porque, quando ele repetir de ano, você fará — para você mesmo — a eterna pergunta: "Meu Deus, onde foi que eu errei?".

— Aproveita agora, que ele ainda não decidiu que faculdade cursar porque a escolha dele não vai nunca coincidir com os planos que você fazia para ele, quando ele ainda engatinhava.

— Aproveita agora, que ele ainda não entrou na faculdade, porque, quando entrar, vai pedir um carro para ele ou usar o seu.

— Aproveita agora, que ele ainda avisa quando vai dormir fora de casa, e você pode dormir sossegado e não pensar em ligações desagradáveis para a polícia, o hospital e, o pior de tudo, para o IML.

— Aproveita agora, que ele ainda não se casou, porque, depois, ele nunca mais vai te visitar a não ser para pedir dinheiro emprestado.

— Aproveita agora, enquanto ele ainda não tem filhos, porque, quando tiver, é você quem vai tomar conta deles nos fins de semana. Seu sossego chegará ao fim, logo agora que você se aposentou.

— Aproveita agora, que ele ainda não se separou da primeira esposa, pois, quando isso acontecer, ele virá morar novamente na sua casa.

— Aproveita agora, que ele ainda te ajuda com um dinheirinho, porque a sua aposentadoria não dá para nada, pois a segunda mulher dele vai ser contra a ajuda.

— Aproveita agora, porque ele está pensando em te colocar num asilo de velhinhos.



P.S. - A frase do título é do Marcelo von Zuben, dentista brasileiro que mora em Portugal, pai do Murilo e da Úrsula. "



Disponível em Releituras.com Faz pensar, não faz?

terça-feira, 22 de junho de 2010

Opa!

Nossa!! Já tem quase um mês...
Vou preparar algo especial pra amanhã.
Ou depois... Muito breve. Prometo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Comer e comer

Quilos a mais. Quilos a menos.
A vida de muito ser humano costuma ser um confronto com a balança; cheio de desavenças com o espelho.
Uns comem de mais, outros de menos. A maioria come inadequadamente.
Tudo isso porque temos uma relação emocional com a comida; quando deveríamos ter aprendido desde o útero (se fosse possível) a sermos racionais diante dela.
Comer o que faz bem e porque faz bem na quantidade certa pro nosso dia-a-dia.
Essa frase me soa até como conto de fadas... parece impossível. Se fosse assim não teríamos batata frita, barras de chocolate ou shakes mirabolantes...
Mas é possível sim. Ou bem perto disso. É só olhar para o povo chinês e ver como eles são disciplinados em relação ao comer. Os chineses aprendem desde crianças a comer e variar o cardápio de acordo com o benefício de cada alimento. "Hoje como isso que faz vem pra pele e visão. Amanhã, aquilo que faz bem pro coração e intestino. Hoje consumo mais calorias porque terei um dia mais cheio de atividades." E por aí vai...
Aqui, no ocidente... a conversa diante de uma refeição é bem diferente, né?
Mas para a comida deixar de ser a nossa válvula de escape das frustações de todo o dia, precisamos mudar todo o nosso jeito de viver. Quando a vida muda, a gente muda também.
Mas isso não é fácil... nada fácil.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Você tem medo de quê?

O Medo
Carlos Drummond de Andrade

Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Só na multidão

A pior solidão é aquela onde estamos cercados de gente e não temos ninguém conosco.

Todo dia a gente ouve uma história de alguém que está em depressão (e nem é em consultório psiquiátrico ou de psicologia). Basta sentar prum bate-papo e logo alguém fala de outro alguém que "entrou em depressão". E em geral, quando história é contada pela própria pessoa acometida, percebe-se que mesmo hoje, com a doença tão presente a maioria das pessoas não sabe nada a respeito; dificultando muito a vida do depressivo.

Renato Russo cantou que "
o mal do século é a solidão". Mesmo que tenha sido no século passado, acho que essa sentença ainda é verdadeira. É a solidão que nos adoece. É a solidão que nos dificulta a cura. Principalmente na depressão. Mas não é de qualquer solidão que estamos tratando...

Não basta ter amigos para "tomar uma", jogar futebol ou ir à academia. Não adianta ter a turma da balada ou ter com quem fofocar sobre a novela ou a vida alheia. Não adianta ter com quem dividir as tarefas se não temos com dividir os pensamentos, os sentimentos. O homem é um ser social, mas iludiu-se achando que em bando supre a necessidade de amor, de pertencer a um grupo, a necessidade de acolhimento...

Temos tanta gente a nossa volta, mas não temos ninguém com quem contar de verdade. E isso é, para mim, a solidão mais devastadora que se pode sentir. Esquecemos de manter em nossa cultura (ou incentivar) o aspecto profundo da empatia, tolerância, solideriedade, da vontade de aprender com o outro, de falar de si, compartilhar preocupações, pensamentos e sentimentos sem medo do julgamento alheio. E aí acabamos só. Mesmo entre a família. Mesmo entre os amigos.


Se você tem alguém com quem pode, de fato, abrir seu coração e consegue fazer uso disso se abrindo de verdade, então você tem um tesouro. Isso é raro. Muito raro. Podemos mudar isso... mas quem está preparado? Quem está a fim?



sábado, 8 de maio de 2010

Quanto vale o seu caráter?

Se hoje, você ouvisse esse discurso (abaixo) de uma pessoa sentada do seu lado, qual seria sua reação? Seu pensamento a respeito?

"Antigamente não se falava em negros. E era discriminado. Quando começa a [dizer] que eles têm direitos, direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco vão achar os direitos dos homossexuais."

Penso que talvez essa frase tenha sido mesmo dita, em meados de 1880, antes da libertação dos escravos. E me angustia o peito saber que ainda hoje, muito desse pensamento perdure, apesar de absurdo. Mas se é absurdo pensar assim nos dias atuais, (e hoje eu nem vou discutir essa questão) mais ainda é você se deparar com a seguinte senteça, dita de verdade, essa semana:

“Antigamente não se falava do
homossexual. E era discriminado. Quando começaram, olha, eles têm direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco eles vão achar os direitos dos pedófilos, é o direito deles. Não, isso é crime”.

Cor da pele e orientação sexual são usadas, erroneamente, para valorar as pessoas. Assim como tantas outras características - na sua maioria inata (sexo, altura, deficiência, peso, etc) - do ser humano. A humanidade inventou valores diferentes para a diversidade humana. Tudo isso já é ruim por si só. Agora surge, com essa declaração, uma nova condição: caracteríscas e caráter estão sendo confundidos. Orientação sexual e desrepeito criminoso estão sendo jogados num mesmo saco de preconceito; como se tudo fosse a mesma coisa.
Só pra deixar claro: NÃO É!!!

E quando um Bispo Idiota diz uma coisa dessas numa entrevista para o mundo, ele próprio lança sobre seus semelhantes, a condição vitimizadora do preconceito, porque a sociedade acaba concluindo que toda a igreja é preconceituosa, tirana e idiota.
O autor da infeliz reflexão é Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre da Igreja Católica.
Você pode conferir matérias feitas sobre essa entrevista aqui¹, aqui² e aqui³.
E você pode conferir mais pérolas de Dom Dadeus sobre outros assuntos nesse outro link aqui.

Lamentável. Mas importante que esses pensamentos venham a público para serem discutidos e elucidados.E por isso aproveito o post para difundir essa tirinha:Se clicar na figura, ela fica legível. Ou então confira na própria fonte: Um Sábado Qualquer.

E só para terminar, pego emprestado um pensamento de um cara... como direi?... "fodônico":
"Eu tenho um sonho que um dia esta nação vai se levantar e viver o verdadeiro sentido deste credo: `Cremos que estas verdades são evidentes, de que todos os homens são criados iguais`. Eu tenho um sonho de que meus quatro filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele [ou por seu sexo, orientação sexual, etc.] mas pelo conteúdo de seu caráter". (Matin Luther King)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Para iluminar

A Psicologia é tão diversa...
Reuni aqui 3 blogs com textos relacionados a psicologia que podem iluminar seu conhecimento e/ou seu momento.
Esse blog - Psicolivros - conseguiu reunir um bom acervo de livros e textos mais clássicos que podem interessar e auxiliar bastante os profissionais da área da psicologia e afins. Vale a pena conferir.
Esse outro blog - Psicologia e Ciência - traz artigos de diversos autores. Super atual!
Para a turminha da Organizacional, a dica é o blog
Psicologia e Trabalho. Bastante rico e objetivo, achei uma "mão na roda".
E por hoje é só...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Saúde Mental

Sabe quando você ouve uma música, lê um poema, vê um filme e pensa: "Puts! Não há mais nada a ser dito." Então, esse sentimento me tomou hoje ao pensar em escrever sobre Saúde Mental. Não conseguia escrever nada, pois a minha cabeça só pensava nesse texto do Rubem Alves que coloco aqui agora:

Saúde Mental
(Rubem Alves)

"Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico:

Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu Ponto de
vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei.

Nietzsche ficou louco.

Fernando Pessoa era dado à bebida.

Van Gogh matou-se.

Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica.

Maiakoviski suicidou-se.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou. Pensar é uma coisa muito perigosa...

Não, saúde mental elas não tinham... Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental.

Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvir falar de político que tivesse depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas. Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". Hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes. Nós também temos um hardware e um software.

O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem. Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também.

Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos, podem entrar dentro dele. Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos eles podem vir de poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, pastores, amigos e até mesmo psicanalistas...

Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: A música que saia de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou... Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, "saúde mental" até o fim dos seus dias. Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música... Brahms, Mahler, Wagner, Bach são especialmente contra-indicados. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar.

Tranquilize-se há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.

Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos.
Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram..."

*Rubem Alves . Sobre o tempo e a eternidade.
Campinas: Ed. Papirus, 1996


Totalmente chupinhado daqui: Olharinfoco

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Psicologia

Naturalmente em algum momento da vida, passamos por dificuldades que são melhores e mais rapidamente resolvidas com o auxílio de um profissional. É assim na aprendizagem quando procuramos professores particulares, é assim quando precisamos reformar a casa e contratamos pedreiros. E numa rotina massacrante de tantas exigências mentais, é natural que a busca pelo psicólogo se torne comum.
A Psicologia contribui para o tratamento do sofrimento agudo, do medo excessivo (fobias), de confusão mental, estresse e transtornos comportamentais. Auxiliar e orienta na elaboração do luto, no desenvolvimento da aprendizagem e relações humanas, entre outras coisas.
Quando as mulheres entraram no mercado de trabalho, falava-se em jornada dupla quando se referiam ao trabalho profissional e o cuidar da casa e da família. Hoje é comum que muitos homens e mulheres de todas as idades, passem pela jornada tripla: trabalho, casa e estudo.
Com tantos afazeres e obrigações acabamos negligenciando o lazer, o relaxamento, os momentos com quem se ama. E o hábito de pensar em si e na vida virou o hábito de pensar nos problemas. Com tanto desgaste, a mente vai ficando vulnerável e assim doenças como o estresse e a depressão vão se inserindo em nossa rotina sem que nos demos conta.
Vamos, aos poucos, deixando de ser feliz e nem percebemos. Muitos de nós, simplesmente, vive um dia após o outro, sem planejar o futuro, sem sonhar as conquistas, sem relembrar os bons momentos, somente acumulando tarefas e problemas para resolver. Não fomos feitos para isso. Precisamos ser completos. Precisamos enfrentar os problemas e resolve-los, não saber e aprender, cair e levantar, trabalhar e descansar, pensar, raciocinar e sonhar. Sofrer e ser feliz.
A Psicologia tem vários instrumentos e métodos para auxiliar no desenvolvimento do ser humano: psicoterapia, psicodiagnóstico e avaliações psicológicas, orientação vocacional/profissional, grupos terapêuticos, hipnose, relaxamento, ludoterapia e muitos outros.
Quem já usufruiu do trabalho de um bom psicólogo, sabe que coisa de doido é sofrer uma vida inteira sem buscar ajuda.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tudo novo de novo

Quando a cabeça começa a ferver, escrever é um meio proveitoso de organizar as idéias e aquietar a alma. Ainda que eu não seja nenhuma poetiza, cronista, colunista, escritora... escrever me faz bem. E espero que faça bem a outros também.